sexta-feira, 14 de junho de 2013

Estar choco

Nem sei se o termo existe, mas gosto de o utilizar para me expressar quando as coisas não me são apelativas, quando as tarefas sejam elas quais forem não rendem e nessa altura digo que me estou a sentir choco, não choca que isso não é nada, mas choco.
 
O tempo pode estar choco, quando nem chove nem faz sol e o meu estado de espirito também e tem andado choco, ultimamente.
 
Apetece-me fazer tanta coisa diferente do que costumo fazer, mas ao mesmo tempo apetece-me ficar quieta à espera que a vontade passe. Isto é estar choco.
 
Comecei por tentar esquecer um dos blogues que tenho e não "ponho" lá mai'nada! Mas não resisto a dar uma olhadela no blog roll para ver novidades, embora sinceramente, nesta fase, não me saiba ao mesmo.
 
Apetece-me encerrar todas as contas que tenho nas redes sociais e fingir que nunca lá estive. E atenção que não tive nenhuma experiência desagradável... é só por estar choco.
 
Se alguém ler isto, provavelmente dirá que com menos conversa já tinha terminado esta mensagem, mas é uma fraqueza que eu tenho: gosto de escrever... alongar-me no que escrevo, porque quanto mais choco, mais vontade tenho de escrever.
 
Normalmente é em fases destas que nascem livros... contos, pronto. Porque livros é demasiado pretensioso e até me anda a apetecer escrever qualquer coisa... é por isso que não há meio de terminar esta mensagem...
 
Bom fim de semana, pessoal.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Nem a chuva...


 
 
"Não era possível que aquilo ainda ali estivesse, depois de tanto tempo a chover.

A mancha persistia como se quisesse dificultar o seu esquecimento junto dos responsáveis.
 
Como se pretendesse que quem ali passasse e não soubesse de nada, ficasse pelo menos a pensar qual seria a circunstância que a criara.
Podia parar de chover, mas nem o sol que pudesse aparecer, nem os passos descuidados de quem por ali passasse a iriam desfazer.

O único consolo era que apenas os intervenientes iriam ficar a saber porque estava ali aquela mancha, porque as centenas de outros que ali passassem apenas sabiam que estava ali uma mancha.

Francisco franziu a testa, apertando os olhos, como se a visão estivesse a ficar desfocada de tanto fixar o ponto manchado no chão. A visão não estava desfocada, ele estava apenas preocupado com o que Alice iria dizer quando ele lhe contasse.

Tinha quase a certeza de que ela não iria entender.

***

A chuva parara de facto, mas o desconforto que ela provoca quando nos deixa molhados, atingira Francisco no seu interior mais profundo e nem o livro dobrado que tinha no fundo do bolso lhe trazia consolo.

Francisco enfiou as mãos nos bolsos e encolheu os ombros em desalento. Não podia fazer nada. Tudo o que fizera para não chegar àquela situação não resultara e agora de nada lhe adiantava lamentar-se.

Era o seu legado, pensou. Tinha tanto para fazer, tão pouco feito e sem ânimo para seguir em frente."
 
Sob o Sol do Meio-Dia