domingo, 29 de setembro de 2013

Com ou sem chuva, como se tivesse sol


Vi esta imagem em um blogue e não resisti. 
Quem me dera ter um canto assim... 
Acolhia algumas das almas perdidas que às vezes estão à chuva.
(Um seguimento à partilha anterior, para aliviar)

Chuva


É um bem precioso para restabelecer o equilíbrio neste nosso massacrado planeta. É o refrescar necessário das imundices e securas que a vida e o progresso provocam, sem se poderem travar. É limpeza. A chuva limpa os "pós" que nos atacam nas nossas alergias, limpam as porcarias que deixamos pelas ruas com o arrastar dos pés em cada um dia da nossa labuta.

Além de limpar, refrescar e equilibrar tem um som agradável, se cair continua e suavemente (ao contrário do vento que me cansa). Agrada-nos estar em casa, no conforto de uma cama ou de um sofá, na doçura de um livro ou de um ato físico, durante momentos...

Momentos esses que podem ser interrompidos se esquecermos todos os valores e prós da chuva e pensarmos (um segundo só que seja) nas almas que sós, perdidas, abandonadas, andam pela rua nessas alturas, sem abrigo, sem destino...

É por isso que apesar de todo o bem que faz, não gosto de chuva. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A Sombra que se chama "E SE..."


Quando em pequena ia à igreja, com a minha mãe, nunca percebi uma coisa que o pastor dizia frequentemente: a sombra dos nossos pecados não nos deixa ver a luz do perdão
Perguntava-me, na minha inocência: porquê? Se há pecados e se os pecados podem ser perdoados porque não se vê a luz?

Alguns anos mais tarde comecei a perceber: a nossa consciência pesa-nos, ensombra-nos e nós deixamos de conseguir pensar em mais alguma coisa que não o pecado.
E quem diz o pecado, analisando religiosamente, diz os actos da vida, as decisões tomadas em determinada altura no nosso passado: pesam-nos, ensombram-nos (porque foram erradas, ou não, incorrectas ou não e na altura nos pareceram certas e corretas).

E o nosso espírito começa a dar-lhes importância, importância que tiveram com certeza, mas que não podemos deixar que nos envolva, não nesta altura em que tudo está feito, em que mal ou bem temos que viver com elas (na devida dimensão) e começamos a ser cercados pela sua sombra e há uma angustia que nos envolve e não nos deixa viver melhor. E uma grande parte da nossa vida, em que devíamos fazer outra coisa mais rentável, mais agradável, mais altruísta, é passada a pensar que fiz isto, disse aquilo E SE...?
E o E SE...? passa a tapar-nos, a fazer-nos sombra e não vemos mais nada, nem fazemos mais nada e não aproveitamos o bom de mais nada que podemos agora fazer.

Se fizemos algo errado ou que agora consideramos errado, é licito ter essa noção, alcançar essa aceitação do erro, mas não faz bem deixar que a sombra do remorso E SE...? nos cubra, ou não veremos mais nada, nem sequer a luz do: ... MAS AGORA, HOJE (mesmo dirigido a outras pessoas) VOU FAZER DE MANEIRA DIFERENTE. Não nos inocenta do que já foi feito, mas redime-nos e com a certeza dessa redenção, avançaremos sem angústias.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Respirar fundo...



Deixem-me respirar fundo, deixem...
Ninguém me está a tapar a boca, ou o nariz, mas estão a dizer coisas...
Coisas tais, que se eu responder a propósito, vai saltar uma tempestade
Então
Deixem-me respirar fundo, muito fundo...
Procurar com essa entrada e saída profunda de ar
A entrada de momentos mais calmos
E a saída de sentimentos mais violentos

Deixem-me respirar fundo, deixem...
Ninguém me cala, nem me diz que não fale, mas se eu falar...
Vou falar coisas tais, que tudo vai estalar
E eu
Não estou, ainda, com capacidade para as falar
E aguentar o resultado delas...

Então, vou respirar fundo e até cantarolar... tipo tonta,
Como se não fosse nada comigo...
Como se ninguém estivesse a falar...

Também podia atirar-me para o chão e sujar-me toda (como dizia um antigo colega) mas isso ia dar mais nas vistas.
E eu não quero, ainda, dar nas vistas.

Falamos bem ou escrevemos mal?



Na minha vida na blogosfera (não será das maiores, mas já vai bem adiantada), visito blogues para todos os gostos e de todos os temas: decoração, moda, artesanato, livros ou apenas miscelânea de opiniões. 


De uns gosto mais, independentemente do tema, e de outros gosto menos e, de acordo com esse gosto assim é a frequência das minhas visitas. 

Alguns tenho na minha lista de blogues, outros não tenho, mas não é por isso que não os visito.


Claro que dei por mim a visitar blogues suecos ou algo que o valha e limito-me a ver as imagens, porque embora goste muito de policiais de autores nórdicos (que leio em português ou inglês) a língua ultrapassa-me ou nem me chega, mas nem por isso desisto de os visitar e claro que nunca os comento.



Em alguns dos brasileiros, estranhei de inicio a escrita que é, tal como as palavras são ditas, mas como os temas me interessam vou visitando.



E chegamos aos portugueses. Qualquer que seja o tema neles tratado, gosto de ler um bom português. E quando digo um bom português, não é uma escrita fluída, fácil, legível ou cativante, porque nem toda a gente tem o dom da escrita, é uma escrita sem erros. E mais se exige em blogues que versam sobre temas gerais e opinam sobre eles.



E chegámos ao assunto que me levou a escrever este post. Juro que antes de o escrever ainda pensei que não teria qualquer interesse, mas não resisti e além disso este blogue é para escrever sobre o que me apetecer e apeteceu-me escrever sobre isto.



Já li de tudo, já li erros de gramática e se calhar também os dou. Já li erros de pontuação e aí dou-me como culpada assumida, porque nunca me dei bem com a pontuação (sou eu e o Saramago, sem querer comparar-me a tal escritor e ele resolveu bem o assunto), mas não admito que sejam dados erros do tipo: "à não sei quantos anos..." (o H deve ter ficado por lá, porque não aparece), ou "pensei em ir-mos..." (lá porque vamos e somos mais do que um, não quer dizer que vamos separados), ou "se pude-se informar..." (não pode nem deve porque a informação não é correcta)...



E isto é muito mau, em especial quando a pessoa que as escreve, aproveita (discretamente ou não), qualquer ocasião para dizer que estudou não sei quantos anos, que quando andava na faculdade não sei quê, que quando esteve não sei quantas horas a preparar um trabalho de final de curso, etc, etc...

Acho muito bem que tenhamos (se calhar é tenha-mos?), orgulho nos anos que estudámos e nas coisas que fizemos ao longo da nossa vida profissional, mas vamos fazer valer esse valor e tentar mostrar que de facto, aprendemos alguma coisa. Pelo menos, a escrever sem erros, tão óbvios.






quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ainda há justiça...



Quando se lê noticia atrás de noticia, sobre crimes sexuais na Índia (estamos agora a falar da Índia) com os requintes de malvadez que lemos e mesmo sem eles, começamos a achar que o desrespeito pela mulher é tal que já há quem lhes (nos) valha.

Mas ainda há justiça, afinal.
Só é pena que, segundo a noticia, a decisão do tribunal tenha sido lida em inglês e nem todos os condenados tenham percebido o que foi dito. Não é que precisassem, mas deviam ter tomado conhecimento...


http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=84310

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Piropos



Quando um borjeço de um marido ou namorado diz à pessoa com quem está a almoçar, para quem queira ouvir, no restaurante, "fazes tanta falta como a fome", depois de passar a refeição toda a pedir coisas:   "dá-me o pão", "passa-me a salada", "preciso de um garfo que o meu caiu", que devemos fazer?

Fingir que não ouvimos ou comentar à letra? Afinal não foi connosco, apenas calhámos a estar ao lado e escutámos.

Não sei o que pensou a pessoa a quem as palavras foram dirigidas, nem o que lhe deu vontade de fazer, porque a mim deu-me vontade de lhe atirar com tudo o que tinha em cima da mesa, à cabeça.

E ainda há quem ande a queixar-se dos piropos que de vez em quando se ouvem na rua.

Vale mais um piropo de um estranho (que não raie a ordinarice) do que um "piropo" destes de um conhecido.